Monday, December 29, 2008

2008 - 2009

Na virada do ano passado, mais ou menos de madrugada, eu estava falando pro meu tio nao se preocupar, porque a minha dinda, que na verdade era a minha mae, iria dirigir o carro para casa depois da festa de ano novo (quem estava la vai entender; algumas tacas de champagne na beira da piscina may or may not have been involved). Sempre que eu penso nisso eu dou umas risadas, e eu vou continuar lembrando disso por bastante tempo.

Entao. Final de 2008. Aqui nos Estados Unidos eh meio estranho que o calendario funciona mais ou menos virado. O ano tecnicamente acaba em Dezembro, mas grande parte das atividades "normais" terminam no meio do ano. Obviamente, como o verao aqui eh no inverno dai, as ferias compridas e as viradas de calendario acontecem no verao. Entao o Natal aqui eh soh um one week break, sem ferias muito longas.

Mas enfim, nao eh sobre o calendario que eu vou escrever. Eu quero aproveitar essa data importante (que na verdade nao tem nada de importante) pra revisar o que aconteceu em 2008. Eu diria que esse foi um ano bastante bom. Comecando pelas ferias na praia em Janeiro (eu nunca tinha passado ferias na Praia antes!), e pelo fato de que o primeiro semestre foi o meu mais produtivo ever na faculdade. Depois, eu recebi a oportunidade de passar esse ano aqui, que estah sendo otimo. Conheci varias pessoas novas, que me ajudaram, e ainda estao me ajudando, demais a me adaptar por aqui.

Eu aprendi a andar de Snowboard, que eh uma coisa engracada. Quando menores, meus dois primos mais velhos, meu irmao e eu costumavamos jogar um jogo no Playstation dos primos (sim, eles sempre foram os caras do videogame tri), chamado Coolboarders 3, sobre snowboarding, obviamente. Eu sempre tive a impressao que a gente jogava tanto esse jogo porque a gente estava assumindo (eu estava, pelo menos), que nos nunca iriamos andar de Snowboard na vida real, porque after all, neve nao eh exatamente comum no Brasil. Agora, 3 de nos quatro jah tivemos a experiencia, e eu tenho certeza que eh so uma questao de tempo to go 4 out of 4.

Lembrando da praia, me vem a cabeca que o Joao Ricardo, coitado, passou esse ano servindo a patria amada. Eu acho que quando tu ler isso, jah vai estar pos-baixa. Eu gostaria demais de estar aih pirando contigo no dia seguinte, e eu sei que tu sabe disso (e eu tenho certeza que tu vai ser uma das pessoas que vai entender a historia da beira da piscina). Pelo que a gente tem conversado, a experiencia toda do exercito nao foi exatamente o que tu tinha planejado para 2008. Mas eu sempre tive a impressao de que olhar para qualquer coisa que jah tenha passado eh fundamentalmente mais facil do que olhar para frente. A tua memoria eh instantanea para qualquer coisa que tu consiga lembrar. Entao, mesmo que tenha sido um ano inteiro de aguentar os milicos, agora tu consegue pensar no ano todo em mais ou menos um segundo, entao agora nao eh tao ruim. Which is a good thing. E mais, agora tu nao tem mais servico, entao sobra o computador mega foda que tu comprou com o teu dinheiro nesse meio tempo. Tu pode jogar Crysis com tudo no maximo, eu nao.

Mas mais que isso, eu quero aproveitar para falar sobre qualquer coisa hoje. Tem uma propaganda de hair-care products por aqui que eh bem engracada. Ela basicamente diz que uma pessoa que tem cabelos saudaveis, sem caspa, etc. etc. etc., tem tempo para deixar a mente divagar. Aparece um cara assisntindo a um jogo de futebol americano e pensando sobre porque cheerleaders usam pom-pons rosa. Quando a minha mente divaga, eu nao penso em cheerleaders (well, not all the time). Eu estava pensando nas atividades de lazer que eu costumava praticar (e vou voltar a praticar) no meu tempo livre quando eu estava aih. A primeira coisa que me vem a cabeca eh a Paralaxe, seguida da vela.

A questao, basicamente, eh que eu nao sou particularmente talentoso em nenhuma dessas duas areas. Eu me viro dentro de um barco, e eu consigo fazer algum som sair de um violao ou de uma guitarra, mas meu nome nao tem nem Grael nem Hendrix no meio. Ou seja, se eu nao toco guitarra nem velejo porque eu sou muito bom nisso, porque serah que eu gosto tanto? A unica resposta que faz sentido sao as pessoas em volta. Eu gosto da banda porque as tardes que a gente passa (passa, nao passava) na garagem do Francesco ensaiando sao as tardes absolutamente mais engracadas e divertidas que eu jah tive. Faz total sentido se pensar que eu estou convivendo com alguns dos meus melhores amigos ali, e que a gente encontrou uma maneira tao divertida de nao perder o contato depois que o colegio acabou. Na vela a historia eh mais ou menos a mesma. Eu nao sou absurdamente bom no que eu faco, mas o tempo que eu passo lah eh uma oportunidade de manter contato com outros dos meus melhores amigos.

Isso tudo basicamente eh um rant gigante para dizer que eu sinto uma saudade absurda de todo mundo que estah no Brasil. Uns meses atras eu tive uma conversa de 30 segundos por aqui que sugeriu a possibilidade remotissima de eu ficar por aqui por mais tempo do que o inicialmente planejado. Essa conversa foi blown way out of proportion. Eu estou aproveitando horrores o meu tempo aqui, mas eu estou convencido de que a minha situacao atual eh estritamente temporaria. Tenho total certeza de que eu nao estou preparado para nao voltar para o Brasil conforme planejado. E o motivo eh muito simples: eu nao estou pronto para me afastar de voces. Let me say that again: eu nao estou pronto, nem disposto, a me afastar de todos voces no Brasil. Ainda tem muitas coisas (e uma em particular) que eu quero e vou fazer por ai. Tudo isso vai ter que esparar, de acordo com meu calendario aqui, uns sete meses.

Anyway, that's that. Enough whining for one day. Feliz 2009 para todos voces, and I'll see you all in a bit!

(Foi mal a falta de acentos. Linux + Macbook + Eu com preguica de configurar = Falta de acentos)

Wednesday, December 24, 2008

Snowtumbling


I can't say it's snowboarding quite yet...

Há umas três semanas, a gente passou o fim de semana snowboarding e esquiando. Foi o primeiro fim-de-semana no qual Snowbird abriu a descida de iniciantes, chamada Chickadee. Como o slope dessa descida é virado para o Sul, a neve derrete mais, e por isso demorou um pouco para ter neve suficiente para abrir.

A gente tem passes para Solitude (Solitude e Snowbird são dois resorts diferentes), mas como eu nunca tinha andado de snowboard antes, não fazia sentido a gente "queimar" uma das nossas entradas para Solitude se eu não iria aproveitar. Por isso a gente foi para Chickadee, onde tu pode pagar $2o dólares somente pelo ingresso para a descida fácil. Isso foi tudo no sábado de manhã. Eu aprendi os básicos com o Carlos, que ficou praticando andar switch, já que essa descida é super fácil para ele.

Aparentemente eu peguei a coisa rápido, e no domingo a gente já foi para Solitude usar um dos nossos ingressos. A gente foi de manhã bem cedo, e aproveitou até o meio da tarde. O campeão aqui conseguiu se machucar na primeira descida do dia. Parece que a parte mais difícil da coisa toda é descer da cadeirinha do teleférico... Porque, no caso de snowboarding, tu tem que descer da cadeirinha já "andando" de snowboard, mas um dos pés não está preso na prancha ainda. Daí eu tomei um tombo e senti meu joelho. Na hora eu me preocupei bastante, mas como não tava doendo particularmente se eu tentasse botar peso em cima nem nada, a gente decidiu continuar o dia, e deu para aproveitar bastante. Eu passei o resto da semana sob Ibuprofen, e agora estou inteiro de novo. So much so que a gente vai passar o Natal (dia 25 mesmo) esquiando!

As fotos do sábado no Chickadee estão no Flickr, e talvez tenha fotos da minha guitarra finalmente (talvez porque eu não tirei as fotos antes de escrever isso..)

Thursday, December 04, 2008

Strat'n'Snow


Como eu passei o último mês sem meu computador em casa (e eu não ia ficar escrevendo no blog do trabalho), os posts vão vir meio fora de ordem cronológica por uns tempos, conforme eu for lembrando de coisas interessantes que aconteceram nesse meio tempo sem laptop.

A primeira coisa que me veio em mente foi a tempestade de neve que caiu umas três semanas atrás. Aparentemente Salt Lake City é o cenário ideal para essa tal de Lake Effect Snow, que é uma situação meio Perfect Storm onde todas as coisas necessárias acontecem ao mesmo tempo, e o resultado é que cai um monte de neve de uma hora para outra.

O lado bom dessa história é que nevou e eu consegui tirar algumas fotos bem legais, que estão no flickr. O lado ruim é que essa Lake Effect Snow foi meio enganadora, porque nevou um monte nesse dia mas depois não nevou mais nada. Toda neve nas calçadas já derreteu há horas e as estações de ski estão choramingando para que venha mais neve (e todos os esquiadores chormingam também, com toda razão, por proxy). Eu ainda estou esperando o inverno de verdade (famous last words)...

A outra notícia é que eu comprei uma guitarra! Mais especificamente, a guitarra que eu comprei semana passada chegou hoje. Passei metade do dia em casa esperando o caminhão da UPS (eu tinha que assinar o papelzinho, tá (aliás não é um papelzinho, é um daqueles negócios de cristal líquido que tu assina eletronicamente) ). E não, eu não passei todos os dias desde a semana passada esperando sentado. A UPS tem tracking, então tu tem como saber que dia teu pacote vai chegar. A única coisa que diminuiu minha ansiedade hoje antes do caminhão chegar aqui foi assistir a Arrested Development no hulu (eu devo ter passado por meia temporada só hoje de manhã).

Sim, mas voltando à minha encomenda. I'm just gonna go ahead and say it, é a melhor guitarra do universo. Tá, não é a melhor guitarra do universo, but it's pretty much as high as it goes com guitarras produzidas em série. Eu não tou falando isso para me exibir nem nada, é só que eu realmente estou muito satisfeito com ela. As guitarras que eu já tive desde que comecei a tocar eram, digamos, abaixo da média. A primeira era horrível (mas me carregou por cinco anos, tadinha), e a segunda tinha potencial, mas tava meio meia-boca por ser usada e tal... Essa aqui, por outro lado, é novinha em folha. E cada uma foi de uma cor diferente: primeiro azul, depois vermelha, e agora branca.

Essa questão de qualidade é bem interessante. Eu sempre fui uma pessoa que coloca a qualidade do equipamento em segundo lugar para qualquer atividade. Basicamente, eu acredito que o que é mais importante é o talento da pessoa (e o esforço, etc. etc.), e eu pensava que o equipamento não era lá tão fundamental. Eu nunca tinha dado tanta prioridade por obter o melhor modelo, ou o equipamento mais recente. Agora eu estou revendo meus conceitos. Aparentemente, as pessoas estão certas quanto a qualidade; serve para alguma coisa! Claro que na época em que eu comprei as outras guitarras fazia sentido, especialmente na primeira, não ir com uma coisa muito cara, porque eu não sabia se eu ia gostar de toda a história de tocar ou não. No caso da segunda, foi um upgrade necessário para não prejudicar a banda. Agora, na terceira, está sendo literalmente um mimo para mim mesmo. Eu decidi que iria juntar dinheiro e comprar uma guitarra topo de linha, mais ou menos independente do preço (quem não gosta de Fender begone). E o que me deixa mais satisfeito ainda é o fato que eu paguei com meu próprio dinheiro!

Um adendo para as pessoas da Paralaxe: não ousem de parar de tocar! Eu andei pensando, e basicamente me dei conta de que eu não tenho a menor vontade de tocar com outras pessoas que não sejam vocês.. A gente tem levado essa banda a sério exatamente na quantidade certa: a gente se compromete o suficiente para empurrar a banda para frente, mas não se leva tão sério a ponto de não poder se divertir de monte! Ah pois é, eu sinto uma baita saudade de tocar com vocês.

Não tem fotos da guitarra ainda porque eu só voltei para casa de noite hoje (trabalhador esforçado que eu sou, depois que a guitarra chegou e eu fui pro trabalho! Que tal para meu auto-controle...), e as fotos que eu consegui tirar não ficaram muito boas. Mas ela parece essa aqui, com a diferença que o braço é feito de Maple, que é uma madeira mais clara (e mais bonita, pro meu gosto).

Tuesday, December 02, 2008

Back from the world of Zombie Mac!


Vou te contar uma coisa; a idéia de que serviços em geral no Brasil são podres não é bem assim. Don't get me wrong, serviço no Brasil é muito ruim. Meu ponto é que aqui não é melhor.

Talvez eu tenha levado meu MacBook no lugar errado. Tinham duas possibilidades: A loja dentro do campus da universidade ou uma outra loja no centro da cidade. No campus eu podia ir a pé, which is nice, porque eu tive que ir lá umas 10 vezes incomodar o carinha que tava responsável pelo meu computador para ver se acontecia alguma coisa.

Nunca vi enrolarem tanto. Quando eu deixei o computador lá, o cara me falou que as peças que ele tinha que encomendar deveriam chegar em um ou dois dias, então em no máximo dois dias meu computador iria estar pronto. Eu fui lá dois dias depois e o cara falou que as peças estavam lá mas que ele não tinha tido tempo para mexer em nada. Ficou nisso por umas duas semanas, e depois ele me falou que precisava de uma outra peça (que não tinha surgido antes, veja bem), e daí foram mais duas semanas pra terminar o serviço. Nunca vi! Pelo menos o computador estava na garantia, então eu não precisei pagar nenhum centavo.

Bom, depois de um mês sem computador, as coisas devem mais ou menos voltar ao normal. No meio tempo que eu fiquei sem meu laptop aconteceram várias coisas: um presidente foi eleito (the right one, no less), o time de futebol americano de Utah terminou a temporada invicto, e o pneu da minha bicicleta furou. Ah! teve thanksgiving também, que eu passei na casa do Erik, assistindo mais futebol americano e comendo. Comendo muito.

Well, that's it mostly. Agora com o laptop de volta eu devo atualizar o blog mais seguido, ou um pouco mais seguido. A gente está chuliando (é assim que se escreve?) para que comece a nevar de verdade, para começar a snowboardear..

PS: Sábado completou um terço do tempo que eu vou ficar aqui. É bem engraçado que o primeiro mês foi um dôzimo, o segundo foi um sexto, o terceiro um quarto, o quarto um terço, e agora o próximo mês é o primeiro que não fecha uma fração bonitinha assim. Depois tem um meio, e depois vira pro outro lado. Claro que isso só acontece porque existem 12, e não 10, meses no ano. Mas essa história de que 10 é um número importante não faz sentido. As pessoas deviam começar a nascer com 12 dedos, pra contar nos dedos até 12 e fazer com que 12 seja um número mais importante do que 10.