Inflação

Que todo mundo tem seu preço, ninguém duvida. O que nem sempre se sabe, por outro lado, é que este preço tem aumentado. Pois é. A corrpução tem inflação. "São as oscilações do dólar, o preço do petróleo, o risco Brasil. O senhor sabe como é..." é o que me diria algum perito em... favores. Mas isso não faz muito sentido, porque definitivamente estas coisas não deveriam alterar o preço da vergonha de cada um. Acontece que vergonha é uma coisa que está em falta no mercado, e pela lei da demanda/oferta, o que está em falta custa mais. Logo, menos vergonha -> vergonha mais cara -> vergonha comprada -> menos vergonha no mercado, e por aí vai, ad infinitum.

Será que é a vergonha mesmo que está custando mais, quando se quer comprar uns amiguinhos? Porque, as far as I'm concerned, político nunca teve vergonha. Faz parte do currículo. Então o que infla tanto este ramo de negócios? Pensem assim:

Cada mentira nova deve ser encoberta com sucesso sobre todas as outras mentiras, que foram colocadas sobre outras mentiras que, por sua vez, também esconderam mais alguns desvios de conduta. Ou seja, para cada favorzinho que se consegue, tem-se que pagar pelo preço de todos os anteriores mais uma comissãozinha para quem ficar de bico calado. E faz sentido, se a gente pensar: Vocês já viram algum pobre corrupto? Que me perdoem os pobres e carentes, mas é que subornos, propinas e demais brincadeirinhas políticas estão se tornando um negócio elitista, para os poucos que podem pagar. Como tudo aqui neste país, por sinal.
--- Seção "Do dia" ---

Música do dia: Bloodhound Gang - The Roof is on Fire

Piada do dia:
George W. Bush chega a uma sala de aula e se dirige aos alunos:
"Boys, quero que voces me perguntem whatever you want to know sobre my governo nos USA"
Joãozinho, mais que depressa, levanta a mão, frenética no ar:
"Mr. Bush! Mr. Bush! Eu tenho umas perguntas! Como o senhor explica ter ganho a eleição, já que Al Gore obteve mais votos? Porque o senhor invadiu o Iraque apesar de todos os vetos da ONU? O que o senhor tem a dizer sobre a crescente discriminação com árabes no seu país?"
Neste momento, toca o sinal do recreio e todas as crianças saem felizes e alegres saltitando pelo pátio. Quando eles voltam, Bush resume sua palestra, e Bobzinho faz suas perguntas:
"Senhor Bush! Eu tenho 5 perguntas! Como o senhor explica ter ganho a eleição, já que Al Gore obteve mais votos? Porque o senhor invadiu o Iraque apesar de todos os vetos da ONU? O que o senhor tem a dizer sobre a crescente discriminação com árabes no seu país? Porque o recreio começou 20 minutos mais cedo, e onde diabos está o Joãozinho??"

Fato imbecil do dia: Tinha um, eu juro que tinha. Mas eu me esqueci. Essa seção é a mais difícil de postar. Eu acho que o mundo deveria ser muito mais imbecil.
Frase do dia: "A verdade é um porco empalado no banquete da poesia."

Post emergencial

Ahhhh! Bots invadiram meus esquemas de comments! Que inferno! Alguém sabe como resolver isso?

A Call to Arms

Ontem terminei de ler "O Arquipélago II", segundo tomo do último volume da trilogia "O Tempo e o Vento". Com o centenário do Érico Veríssimo, todo mundo tem lido os livros dele, mas isto não tira nem um pouco a qualidade dos próprios. É impressionante que no livro se passam mais ou menos 25 anos, entre 1920 e poucos e 45 e surgem, só entre este tempo, três revoluções no Brasil! Eu fico abismado, porque eu vejo que nestes tempos as pessoas tinham idéias e lutavam. Tudo bem que lutar nem sempre resolve as coisas, mas eu tenho certeza que _não_ lutar não resolve absolutamente nada. Outra coisa que temos que manter em mente é que de repente as coisas não eram exatamente assim naquela época. O romantismo que o livro passa pode ser somente literário mesmo. Mas eu me recuso a ter uma visão tão cínica do mundo, a ponto de pensar que nunca existiu nenhum herói, ou ao menos ninguém que lutasse por ideais legítimos. Daí eu me pergunto: Onde estão essas pessoas agora?

A gente vê todo dia escândalos cada vez mais absurdos na política do Brasil, e daí o que se faz nas ruas é somente dizer "Estes políticos pensam que nós somos idiotas.". Mas não somos? Eu ainda não vi ninguém se manifestar de forma efetiva contra toda esta palhaçada que nos cerca. Então somos idiotas sim! Onde estão os revolucionários, reacionários e idealistas afins? É bem possível que se eles tomassem o poder, eles fossem corrompidos. Mas pelo menos assim teríamos _alguma_ mudança neste "estado que não é nação".

A única coisa que me vem à cabeça, quando eu procuro onde estão nossos "heróis" (já que eu tento não me render à visão idealizada de heróis verdadeiros), é que a geração que governa nosso país teve toda sua vontade política castrada pela Ditadura Militar. Todos que têm a capacidade de fazer alguma coisa atualmente estão muito traumatizados, depois de mais de 20 anos de opressão violenta. Quanto tempo vai demorar para superarmos este trauma? A resposta dessa pergunta me assusta, pois não vejo nada no futuro próximo. Then again, eu sou só um piazinho de 17 anos. Não tenho toda a "vivência" de quem nos governa. Pelo menos vontade eu já tenho de novo. Agora, onde estão os outros? Speak up!
--- Seção "Do dia" ---

Música do dia: Legião Urbana - Gente Humilde (já passou um mês :) )

Piada do dia:
(O nível dessa é horrendo, mas é a única que me vem à mente)
-Mamãe, porque eu tenho olhos puxados, você é branca e papai é negro?
-Depois daquela festa, filho, fique feliz por não ter nascido latindo...

Fato imbecil do dia: Nada. O mundo ao meu redor anda corrputo demais...
Frase do dia: "God does not play dice."
Albert Einstein

É engraçado...

como as coisas perdem o contexto, com o passar do tempo. Eu já notei isso mais de uma vez, mas hoje me brotou uma idéia que acho que vale a pena escrever. Estava eu tomando banho alguns minutos atrás, e me lembrei de quando eu era menor (bem menor) e brincava no banho. É, aquelas bobagens bem de criança sabe? Eu pegava o shampoo e misturava com sabonete, diluia na água, e ia vendo essa alquimia toda acontecer ao meu redor. As vezes eu chegava até a misturar com pasta de dente, para ver o que acontecia. Claro que no final das contas eu passava o shampoo nos cabelos (não com pasta de dente né!), mas uma parte não desconsiderável da...substância... ia ralo abaixo. Tudo belo bem da ciência, obviamente. Eu me lembro que uma das coisas que eu mais temia naquele tempo era que se alguém algum dia descobrisse tamanho "desperdício", eu seria castigado para todo o sempre, e que minha vida nunca mais seria igual. Eu pensava assim naquela época, e vejo hoje que na verdade foi tudo uma grande besteira ter esse medo todo. Hoje eu vejo que foi besteira, mas na época o medo parecia muito palpável e sensato. Tudo bem, de repente em toda minha infância eu tivesse economizado um vidro de shampoo se não brincasse desse jeito, mas eu acho que era tão divertido que valeu a pena. Outro exemplo: Quando eu não fiz os temas na segunda série, acho, e minha mãe ficou sabendo. O mundo tinha vindo abaixo! Eu nunca mais ia ganhar mesada, iria... pegar recuperação! (nada disso aconteceu, obviamente, fora na minha mente). Hoje eu falo a todos que quiserem ouvir: Não faço meus temas no colégio (inclusive os professores sabem disso) e não me considero menos homem por isso.

A moral disso tudo não é o vidro de shampoo e nem meus temas de segunda série. O que eu me dei conta é que de repente seja assim com todos os nossos medos (me avisem se eu tiver caindo para o mundo da auto-ajuda que eu largo o teclado agora!). Quem sabe (eu digo quem sabe porque eu realmente não sei) tudo que a gente teme agora vai virar bobagens daqui uns anos, conforme nossa vida vai ficando cada vez mais complexa. Não tem nenhuma solução fácil, é claro, pois a cada idade nós teremos os medos característicos (Vestibular -> faculdade -> carreira -> família -> cabelos -> forma física -> controle urinário -> cor do paletó de madeira), mas eu acho que se a gente souber que estes medos são bobagens a longo prazo, enfrentá-los talvez não se torne tão difícil, pois afinal de contas será sempre uma questão de tempo. Sempre.

PS: Onde estão meus leitores?? Comentários são legais de vez em quando, ainda mais com textos assumidamente bregas e mela-cuecas como o daí de cima... :)
--- Seção "Do dia" ---

Música do dia: Graforréia Xilarmônica: Mixto Quente

Piada do dia:
-Terminei finalmente seu mapa astral.
-Serei rico?
-Sim. E com o Sol em Vênus você se casará com uma loira peituda e gananciosa...
-Na igreja!
-Tenho que ir. São 730 reais mais o custo de pessoal treinado...
-Que importa? Lhe farei um cheque de 1000!

(www.malvados.com.br)
Fato imbecil do dia: Nada. O mundo ao meu redor anda sério demais...
Frase do dia: "Existir, velhote, é uma coisa muito séria."
Érico Veríssimo

Quickly now, lots to see!

Bom... tem bastante pra falar, então vamos por partes:


Vi o Fantasma da Ópera de filme novo, e ontem o filme que eu vi no cinema foi Sin City (impressionante...mas eu já tinha visto anyway). Bom. O Fantasma da Ópera é sensacional, e olha que não sou muito chegado em musicais. Mas é impressionante como o filme é bom. O Fantasma em si é muito legal, porque ele tem pretensões de ser o dono do teatro, então fica mandando todo mundo fazer as coisas que ele quer; Quando não fazem, ele degola. Good.

Uma gurizada veio aqui em casa ontem fazer o trabalho de física e depois ficamos vagabundeando pela TV-Computador-Guitarra e violão. De noite comemos pizza e depois disso o André e eu fomos ver Sin City. Fila gigante (chegava às portas da Cultura!).

Uma coisa que nunca caiu bem comigo foi exercício. Esportes eu gosto, mas exercícios gratuitos nao fazem meu gênero. Mesmo assim, vou começar academia + natação semana que vem ou na outra. Bem bom. Natação eu realmente até gosto, então vamos ver em uns meses se esse negócio todo dá resultado...
--- Seção "Do dia" ---

Música do dia: Muddy Waters - I'm a Man

Piada do dia: "Roubaram minha mulher na palestra sobre controle de ciúmes"
"O velho truque de enganar os generosos"
(www.malvados.com.br)
Fato imbecil do dia: Segunda-feira tem aula de novo
(o mesmo fato de antes, mas a veracidade não mudou. Falando em veracidade....)
Frase do dia: "Lot 665 ladies and gentlemen. A papier mache musical box in the shape of a barrel organ; Attached, the figure of a monkey in persian robes playing the cymbals. This item, discovered in the vaults of the theatre, still in working order, showing here. May I start at 20 Franks?"