Sunday, October 30, 2005

Random ramblings...

Estava pensando em sonhos. (aqueles que a gente tem quando dorme, nada a ver com planos futuros). Vocês já notaram como eles são realistas? Não me refiro à continuidade, pois todo mundo já teve aqueles sonhos que de repente a gente troca de lugar. Na verdade estou falando de realistas no sentido de as pessoas agirem com muita naturalidade, caminharem com perfeição, a iluminação estar distribuída certinho no cenário e tudo mais. A perfeição "física" do sonho. É fato sabido que simular coisas realisticamente é um problema muito complicado, que requer bastante poder de processamento. Outro exemplo: os esquizofrênicos que estão convencidos de que há alguém num lugar que na verdade está vazio. A luz do ambiente interage perfeitamente com o "modelo" da pessoa que não existe, os tecidos de suas roupas são perfeitamente simulados.. Isso requer algoritmos bastante complicados e muito poder de processamento para se fazer, especialmente em tempo real. Tentem imaginar uma bandeira tremulando. Eu pelo menos não consegui a conceber de maneira propositalmente errada, no meu mind's eye. Agora, será que o nosso cérebro realmente computa isso de modo gráfico, para nos devolver uma imagem pronta? Eu acho que não.

Pensando nisso, me surgiu a idéia de que de repente a informação visual de nossos sonhos, e até mesmo da realidade que percebemos não é um bitmap do que está ao nosso redor. Penso que a informação que está contida em nossos sonhos simplesmente diz "Aqui há uma pessoa caminhando com tal roupa." E como sabemos, de memórias passadas, que pessoas devem se comportar de determinada forma, e suas roupas de outras (ou seus cabelos, ou qualquer coisa complicada de se simular), "traduzimos" a informação conceitual de uma pessoa para um mosaico visual dessa pessoa caminhando. Ou seja, se pudéssemos retirar de alguém os dados brutos de seu sonho, não encontraríamos uma seqüência de imagens, e sim uma lista de informação, de "labels", que, quando interpretadas por nossos cérebros, se traduzem em algo parecido com uma imagem. O simples fato de acreditarmos, quando somos informados por nosso cérebro "isto é para ser uma entidade realista", faz com que a vejamos de maneira perfeita mesmo que ela não seja simulada, de fato, em todas as suas características. Dessa maneira, o cérebro não fica ocupado simulando graficamente todas as nuances e todos os detalhes da cena que vemos. Ele só precisa bolar uma "descrição" dessa cena, e, convencidos de que estamos vendo algo real, fazemos com que esta descrição tome uma forma fisicamente correta. O segredo está na credibilidade daquilo que nosso cérebro nos fornece...
--- Seção "Do dia" ---

Elvis Presley - Blue Suede Shoes

Piada do dia:


Fato imbecil do dia:
Frase do dia:
"Não paguei uns nem outros, mas saindo de almas cândidas e verdadeiras tais promessas são como a moeda fiduciária - ainda que o vendedor as não pague, valem a soma que dizem."
Machado de Assis

Sunday, October 16, 2005

He walks out of the elevator

with a satisfied smirk on his face like a kid who's just pulled a prank on his neighbour girl. A few calm steps further and the lobby's cleared. "Hello Mr. doorman!" Says his nod to the red-tuxedo wearing gentleman holding the door open for him. Wearing what he's wearing, no one would ever think him any less than a sucessful Wall Street broker, a lawyer or even, God forbid, one of those fucking spoiled kids who just like to prance around in their new Armanis. But he's none of the above.

Out on the street. People rushing from side to side, stepping on his brand new, recently polished shoes. Damn. A yellow cab is slugging through traffic and he can't believe it, it's free!

"Where to?"
"Take me to the Penitentiary."

The cabby nods, and starts driving. On the passenger's lap sits a laptop. He opens it, and starts browsing through files. "Who do we have today?" he thinks, as a list of a few dozen names go by the screen. Out of his pocket comes a cellphone, and he dials a number, say 555-3564.

"Hey Old Man.."
"Who's the job today?"
"It's our Mr. 43."
"Good. Check back with me when you're done."
clink. The phone goes back to the pocket, the laptop gets closed, and he sits his head on the headrest. "Oh, this one is going to give me some good money."

The door opens. "Hey, mister! That'll be 10 bucks."
"Oh yes, yes good friend. Keep the change."
A twenty dollar bill comes out of his other pocket (Armanis tend to have lots of pockets) and slides over to Cabby's hand. He's walking now, his stepped-on shoes making little pleck pleck noises as he climbs the marble stairway leading to the main entrance of the place. What's up with this pseudo Roman arquitecture anyway?
"Hey. Hold it mister."
The guards. He comes here all the time, and he always has to show something. ID's, money or guns, always something. This time it was a Visiting Pass.
"Ok, this seems to be in order. Please pass through the scanner in an orderly fashion, sir."
Oh yes, like I'm really going to march into one of the safest places in this country waving guns all around. It might get my shoes dirty.
Inside the reception, he quiclky talks to and dismisses the clerks and after that gets on to the visiting rooms. He sits down, and on the other side of the bulletproof glass sits an Ukranian man, about 50 years old. The man reaches for the little phone, and so does he. It's still warm from the last one who's been here chit chatting with your average convict.
"Guess what. I got you out."
"Indeed... Finally my money paying off. You're good, you know?"
"Yeah.. So they say."
So they say...


Right. But I prefer it my way.

Vi "Lord of War", ou "Senhor das Armas". Aquele com o Nicholas Cage, que o cartaz é um mosaico de cartuchos, balas e munição em geral formando o rosto do ator. O filme é excelente. A história gira em torno da vida de um traficante de armas, desde o começo da carreira, passando pelo seu ápice (momento no qual ele vende tanques de guerra da Ex-União Soviética e helicópteros de Ataque Mi-24 Hind), e indo até a decadência e o momento final de redenção, seguindo a trajetória normal de todos os filmes afins. Nesse meio tempo ele xinga a comida do irmão dele, Vitaly Orlov (o nome do pinta principal é Yuri Orlov), casa-se com uma modelo e encontra o Bilbo Baggins.

Saindo do filme I couldn't help but notice, como provavelmente todo mundo da sessão, vários paralelos possíveis com o que está acontecendo por agora no Brasil, namely Desarmamento. Pessoalmente sou contra, mas não vou votar. O que eu acho que vai acontecer é que todo mundo que é favorável ao Sim vai sair do filme dizendo: "viu só? É isso que acontece com armas! Viu só a violência? A repressão? O horror?". Porque make no mistake, o filme sem dúvida alguma mostra uma crítica fortíssima (um tanto perturbadora até) da venda indiscriminada de armas. Mas o detalhe que muita gente vai esquecer é justamente o seguinte: O Yuri Orlov é _traficante_ de armas. Ele _NÃO_ vai deixar de vender as armas dele, caso a proibição do comércio seja aprovada. A violência que se vê no filme _NÃO_ vai ser resolvida com a proibição das armas de fogo.

Agora só um pequeno parêntese sobre por que eu sou contra o desarmamento. São dois motivos, um maior que outro:
- Eu penso que, por definição, o direito do indivíduo de se defender não pode ser vetado por uma lei, mas sim abdicado por opção própria, se for o caso (eu por exemplo não tenho intenção nenhuma de jamais ter uma arma).

- É fato que, em um país funcional, em uma situação ideal, na qual se possa contar com a polícia e demais serviços públicos, qualquer medida que vá diminuir o número de armas em circulação é louvável. Acontece que o Brasil está longe de ser um país funcional, e sua situação é qualquer menos ideal. A reposta moralmente correta talvez até seja o Sim, mas para garantir nossa sobrevivência em uma nação corrupta como esta, temos que votar Não.

PS: Antes que me enforquem, eu quero deixar bem claro o seguinte: Eu votaria no Não mas não tenho absolutamente nada contra quem votará no Sim. Isso porque uma votação é exatamente para isto: Pessoas com opiniões diferentes podem ter participação igual na decisão. Em suma, é possível discordar pacificamente, por mais que muita gente teime em não se convencer disto.
--- Seção "Do dia" ---

Michael Jackson - Bad

Piada do dia:
A chuva desgraçada que estragou nosso programa no Stock Car Brasil! E mais piada ainda foi a torcida jogando coisas na pista quando a corrida foi cancelada...

Fato imbecil do dia: A descoberta do "Sabia preemptivo." Vou falar disso outro dia, prometo.
Frase do dia: "The problem with dating dream girls is that they have a tendency to become real."
Nicholas Cage - Lord of War
(frase totalmente desconexa do tema principal do filme, mas estranhamente pertinente. Go figure)

Saturday, October 15, 2005

Muita fibra

Terapêutico? Talvez..

Um monte de gente da Bela vista que paga R$20,00 por um convite e anda por aí calçando um par de Nike Shox cantando "Caminhar com tranqüilidade na favela onde eu nasci".. favela? ...

Fora estes dois absurdos (sim, leitor, são dois), a festa estava deveras interessante. Lugar _bem_ grande, música absurdamente alta e um monte de gente bonita. Enfim, pra uma coisa de graça, um prato cheio..
--- Seção "Do dia" ---

Janis Joplin - Cry Baby

Piada do dia:
Um cara chega no consultório de um dentista:
"Doutor, eu tenho um problema, preciso ser consultado!"
"Mas o que o senhor tem?"
"Eu tenho um complexo psicológico no qual eu penso que sou uma mariposa..."
"Mas então por que veio a um dentista?"
"Por que a luz estava acesa..."

Fato imbecil do dia: Gente brigando na festa. Os dois foram bounced, bem como bouncers devem fazer. So much fun...
Frase do dia: "Ao perdedor, o ódio ou a compaixão; ao vencedor, as batatas."
Machado de Assis, Quincas Borba

Monday, October 03, 2005

Texto antigo...

Coisas que eu escrevi na quarta série...:

"A Raposa que Queria Demais
Época de inverno, na floresta a comida estava difícil. O leão então resolveu juntar todos os animais bons da floresta. Cada dia um animal ia caçar para os outros. Quando era a vez da tartaruga todos ficavam em jejum. A raposa não ia porque todos sabiam que ela era safada demais. As pombas também não iam, pois elas diziam que matar os outros era injustiça, portanto não é paz. A raposa vivia insistindo que podia caçar. Certo dia o leão cansou dos pedidos da raposa e deixou que ela fosse caçar.
A raposa viu um tatu e atacou-o. Mas para a surpresa dos outros a raposa começou a demorar e eles ficaram preocupados. A coruja já sabia de tudo, e ficava dizendo:
- Ela já comeu tudo sozinha. Ela já comeu tudo sozinha...
Tomando uma atitude rápida, o leão resolveu juntar os outros animais e ir atrás da raposa.
À noite, os animais estavam quase desistindo quando ouviram ruídos atrás de uma moita. Eles se aproximaram e viram a raposa terminando de comer o tatu. Quando o leão soube da notícia ele prendeu imediatamente a raposa em sua própria toca porque ela comeu o tatu sozinha. E como castigo ele fez com que ela ficasse podendo comer só as sobras dos outros.
Moral: Quem tudo quer tudo perde."
...heheheh no comments on that one

--- Seção "Do dia" ---

Yes - Owner of a Lonely Heart

Piada do dia:
piu

Fato imbecil do dia: Aquele texto ali em cima.
Frase do dia: "But if life were a mellow elementary school run by well-meaning education Ph.D.s, the Deliverator's report card would say: "Hiro is so bright but needs to work harder on his cooperation skills."
Neal Stephenson, Snow Crash