Tuesday, July 28, 2009

Deu Pra Ti

Deu pra ti
Baixo astral
Vou pra Porto Alegre
Tchau!

Quando eu ando assim meio down
Vou pra Porto e bá! Tri legal
Coisas de magia, sei lá
Paralelo 30

Alô tchurma do Bonfim
As gurias tão tri afim
Garopaba ou Bar João
Bela dona e chimarrão

Que saudade da Redenção
Do Fogaça e do Falcão
Cobertor de orelha pro frio
E a galera do Beira-Rio

Flight info

Então, a quem interessar possa, esses são os números dos vôos nas minhas malditas quase 36h de viagem..

SALT LAKE CITY/SLC - MINNEAPOLIS/MSP
3214 29Jul09 13:55

MINNEAPOLIS/MSP - MIAMI/MI
2567 29Jul09 18:50

MIAMI/MIA - SAO PAULO/GRU
JJ8095 30Jul09 11:05

SAO PAULO/GRU - PORTO ALEGRE/POA
JJ3295 30Jul09 22:10

Pronto. Notem que os horários são todos locais, de onde quer que eu estiver na hora.. No meio desses horários têm 3h de fuso que eu tenho que recuperar..

Sunday, July 05, 2009

My money where my mouth is

Bom, eu terminei o último post, super otimista, me referindo a me atirar porta fora de um avião. Só em caso de que vocês achassem que eu estava usando fazendo algum tipo de metáfora meia-boca,

That's me, alright.

Pra que esperar o avião pousar, quando é muito mais fácil se jogar dele? Enfim, à história:
O Jacob, carinha do barco emprestado, foi Skydiving semana passada, e ficou falando como é fantástico e tudo mais. Daí eu resolvi me informar e motivar a gurizada por aqui para ir junto. Skydiving é sempre uma daquelas coisas que a pessoa fica dizendo "Eu queria pular de pára-quedas pelo menos uma vez na vida... ", então na hora que a oportunidade se joga na tua cara, tem que ir atrás né. No final das contas quem se animou a ir foi o John, a Manú e eu.
Então, tem esse aeroporto no meio do nada (fica a uns 30, 35km a Oeste de SLC), numa cidadezinha ultra rural chamada Tooele (se pronuncia Tuíla, vai entender). Esse aeroporto é tipo do tamanho do Aeroclube aí de Belém (Novo? Velho?). Daí tem um hangarzinho onde fica o Skydive Utah!, a empresa que reserva os pulos. Eu reservei três no meio da semana, para domingo, torcendo que não fosse chover (porque tinha 30% de chance de thunderstorms, segundo a previsão do tempo). A coisa toda nem é tão assustadora, pensei eu. Só que toda vez que isso passava na minha cabeça entre quarta e hoje, eu pensava whoa, eu vou pular pra fora de um avião. Now that's not something you think every day.
Hoje, pegamos o carro e fomos até lá. O lugar é bem tri, é um hangar minúsculo no meio do aeroporto. O avião nem cabe no hangar, o que fica dentro é o equipamento das pessoas e tal. Daí, te botam a ver um videozinho sobre como "Skydiving tem riscos inerentes, e se você assinar isso isso e aquilo, você está abrindo mão de processar a gente, basicamente, por qualquer coisa, basicamente, pra sempre.". A parte mais bizarra é que o magrão que fala no vídeo é um cara com uma barba gigante, que eu nunca ia sonhar que ia pular de pára-quedas.
Depois disso, eles te check-in no próximo vôo, e o teu instrutor vem puxar papo, se apresentar, e te explicar como a coisa funciona. O meu instrutor era o Cliffton, que, segundo ele "I'm the guy who's gonna save your life". Good. Daí eles explicam as três coisas básicas do pulo:

- Bellybutton
A idéia é que quando tu pula pra fora da cabine, tu tem que se jogar barriga pra frente, cabeça pra trás e pernas pra trás. Então eles dizem jump bellybutton forward.
- Breathe
"Breathing is very important!". Segundo eles, as pessoas ficam tão enlouquecidas que se esquecem de respirar na hora do pulo. E, saindo de um avião voando a 120, 130mph, e se jogando a 110mph pra baixo, respirar não é trivial. A manha é respirar ou pelo nariz (por isso que eu não tou "sorrindo" nas fotos; senão eu ia me afogar em 110mph de ar voando e se jogando na minha cara), ou respirar pelos dentes.
- Banana
Depois que tu pula, e que o instrutor estabiliza o teu "vôo" (conta como vôo se tu tá em queda livre? Huh), ele abre um mini pára-quedas chamado Drogue Parachute, que serve pra limitar a tua velocidade pra 110mph, e pra fazer com que tu fique estável e no mesmo nível do cameraman. Depois disso, o instrutor fala pra pessoa se entortar com as pernas dobradas pra cima e os braços abertos, na posição bacana clássica de paraquedismo. Hence the banana.

Então, depois que o instrutor me explicou os procedimentos, ele falou que em 10 minutos eu ia esquecer tudo, e que era pra eu me preocupar em me divertir que ele tomava conta do resto. Sounds good enough. Daí eu vesti a harness, que é só um esquema que engata na harness do instrutor, e ele que tem os pára-quedas. Meio assustador que eu não tenho meu próprio pára-quedas, but what the hell. Botando o pé pra dentro do avião é a hora que tu pensa "agora vai ou racha". Eu fui.
No caminho, várias piadas sobre dois caras abraçadinhos ("this is the only time you want to be strapped to another man", "Have you ever been to prison? This is what it feels like", and so on), e o avião vai subindo. E subindo. E subindo. 13000 pés num jato, sentado na poltrona comendo amendoim é uma coisa. Voando num bimotorzinho, com a porta aberta, sabendo que em alguns minutos tu vai sair dele pelo jeito mais complicado possível, something else altogether. Detalhe: são 13000 pés AGL (ou seja, acima do solo, não acima do nível do mar).
Daí. Chega uma altitude que o avião nivela, e começa a andar mais devagar. Nessa hora todos os instrutores dão aquela olhada de "are you ready, because if you're not it's too late", e uma luz vermelha na cabine acende que diz, em letrinhas bem amigáveis "One minute". Depois disso, uma luz amarela acende, e depois disso a verde, e a coisa começa. Os carinhas que vão fazer os filmes e tirar as fotos pulam um pouquinho antes, e mal eu me dei conta, eu era o primeiro a sair! A coisa toda é tão rápida que nem dá tempo de mudar de idéia. De repente tu tá na frente da porta, "Ready? Set... Go!!" WHOOOOSH

- Bellybutton; check
- Breathe; check
- Banana; check

Depois que o mundo parou de girar em volta de mim, eu consegui olhar pra lá e pra cá. A vista é absolutamente inacreditável. Um dos caras que foi semana passada já tinha me avisado, mas vale repetir: o cérebro humano não foi feito para processar uma visão de 4000m de altitude. Parece o google maps! O sujeito perde totalmente a noção de relevo no chão, e nem parece que tu tá caindo. In fact, a sensação como um todo definitvamente não é de queda livre, porque sempre tem uma ventania dos infernos. Isso tudo dura mais ou menos 1 minuto, que tu te ocupa fazendo todo tipo de piruetas e gritando que nem um condenado. Daí, o instrutor abre o pára-quedas, e todo o barulho pára. Na hora. O silêncio é bem impressionante.
Depois de apreciar a vista de novo, mais umas piruetas. A coisa mais tri é que como tu usa um daqueles pára-quedas retangulares, dá pra manobrar bem fácil (tem uma cordinha na tua mão esquerda e uma na direita, tu puxa a que tu quer pra fazer curvas). Depois de uns 4, 5 minutos disso, o chão começa a chegar perto. Rápido. Cliffton says "When we land everything happens really fast; don't let that freak you out". Mas nem é tão horrível assim. O pouso é bem mais suave do que eu tava pensando, na verdade. Then suddenly it's over and you're back down. Aí é que dá a tremedeira nas pernas. É só nessa hora que o cara pensa "Bá, eu acabei de me jogar de um avião a 4km de altitude no meio do nada com um pedaço de papel pra me segurar." Claro que descrevendo assim nem parece tri. Mas é fantástico. Nas palavras do Ferris Bueller, "It is so choice. If you have the means, I highly recommend picking one up."

Comentário pertinente: Agora que eu embarquei em mais aviões do que eu desembarquei, que que eu posso fazer pra compensar?

As usual, pictures on Flickr.

Tuesday, June 30, 2009

The Beatles

Todo mundo sabe que eu gosto bastante de música em geral, e aí no Brasil eu tinha uma coleção respeitável de mp3.. Como eu não queria me meter em encrenca com o Tio Sam e o seu DMCA, eu não trouxe as músicas para cá, e nem baixei nada por aqui. Ao invés disso, eu tenho restringido um pouco o que eu ouço, e tenho 
me virado com rádios online, e de quando em vez comprando um ou outro álbum via iTunes.

Mas uma banda que eu definitivamente não estou disposto a não ouvir por mais de um dia são os Beatles. Eu tive que diminuir a variedade das coisas que eu ouço aqui, porque eu não tenho acesso a tanta música. Mas, como eu não parei de ouvir os Beatles, proporcionalmente eu tou ouvindo eles muito mais seguido.

Enfim, estava eu ouvindo uma música deles em particular, e encaixou na minha cabeça com essa tirinha, do xkcd,

Alt text: "People aren't going to change, for better or for worse. Technology's going to be so cool. All in all, the future will be okay! Except climate; we fucked that one up"

Fora a obviedade de que xkcd é genial, essa tirinha me lembrou que em geral, a quantidade de reclamação que existe por aí é bem maior do que a quantidade de problemas. É claro que o mundo não é um mar de rosas, e que existem coisas seriamente ruins acontecendo. Mas, eu tenho a forte impressão de que se as pessoas passassem metade do tempo que elas passam reclamando e resmungando dos seus problemas actually solving them, rapidinho os problemas iriam se resolver! O problema é que todo mundo gosta de reclamar, porque é mais fácil justificar os problemas do que lidar com eles. Obviamente, todo mundo me inclui.

Enfim, voltando aos Beatles. Eis a música que me lembrou a tirinha (ou a tirinha que me lembrou a música):

There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say but you can learn how to play the game
It's easy

Nothing you can make that can't be made
No one you can save that can't be saved
Nothing you can do but you can learn how to be you in time
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

Nothing you can know that isn't known
Nothing you can see that isn't shown
Nowhere you can be that isn't where you're meant to be
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

All you need is love (all together, now!)
All you need is love. (everybody!)
All you need is love, love
Love is all you need (love is all you need)

Me chamem de ingênuo, se quiserem, mas normalmente os cínicos que fazem esse comentário são exatamente as pessoas que, na minha opinião, passam muito tempo resmungando das desgraças da vida, e não vêem as coisas tris acontecendo por tudo que é lugar.

Fora isso, os Beatles são demais né? Cada vez que eu ouço mais coisa deles, mais eu me dou conta do quão fora da casinha eles são. E se vocês não acreditam em mim, tem um testemunho de um certo sujeito:

" [...] I didn't know it was art then, of course. I only knew that The Beatles were the most exciting thing in the universe. It wasn't always an easy view to live with. First you had to fight the Stones fans, which was tricky because they fought dirty and had their knuckles nearer the ground. Then you had to fight the grownups, parents and teachers who said that you were wasting your time and pocket money on rubbish that you would have forgotten next week.
I found it hard to understand why they were telling me this. I sang in the school choir and knew how to listen for harmony and counterpoint, and it was clear to me that The Beatles were something extraordinarily clever. It bewildered me that no one else could hear it: impossible harmonies and part playing you had never heard in pop songs before. The Beatles were obviously just putting all this stuff in for some secret fun of their own,  and it seemed exciting to me that people could have fun in that way. [...]
-- Douglas Adams,  excerpt from The Voice of All our Yesterdays"

Enfim. Eu acho que se preocupar um pouco menos e viver um pouco mais é sempre uma boa alternativa. Pra terminar, uma coisa aleatória que eu achei na Wikipedia, uma entrevista com o Paul McCartney, falando de Norwegian Wood e Day Tripper:

Reporter: I'd like to direct this question to messrs. Lennon and McCartney. In a recent article, Time magazine put down pop music. And they referred to "Day Tripper" as being about a prostitute...
Paul: Oh yeah.
Reporter: ...and "Norwegian Wood" as being about a lesbian.
Paul: Oh yeah.
Reporter: I just wanted to know what your intent was when you wrote it, and what your feeling is about the Time magazine criticism of the music that is being written today.
Paul: We were just trying to write songs about prostitutes and lesbians, that's all.

Hear, hear! Off to fling myself off of an airplane.

(eu já falei de como eu odeio o blogspot? Vocês não fazem idéia do trabalho que dá pra editar essas fontes de tamanhos diferentes, com a interface lixenta desse negócio... )

Thursday, June 11, 2009

Velejar no deserto não dá!

Então. Dá pra acreditar que fincado absolutamente no meio do deserto por um ano, eu ia achar um jeito de dar uma velejada? Acreditem ou não, tem um Hobie Cat-16 estacionado na minha garagem. A única coisa que tá faltando é achar uma agüinha por aí e mandar bala. Mas mais sobre isso adiante.

Conversa vai, conversa vem com o Dave, e eventualmente eu comentei com ele que eu velejava mais ou menos freqüentemente no Brasil. Então, eis que um dia desses ele vem me perguntar qual classe de barco que eu velejava, e eu respondo "it's like a mini two person olympic dinghy" (se alguém nesse mundo assiste à Vela nas olimpíadas, uma das classes que se compete é o 470, que é um barco de duas pessoas, e eu velejava num 420, que é um mini-470). Aparentemente o Dave estava interessado porque ele ficou sabendo que um amigo nosso, o Jacob, tinha recém comprado um Hobie-16 de um cara que estava se mudando de Salt Lake City. O que diabos alguém vai querer fazer com um barco no meio dos Salt Flats (eu já falei que eu estou no meio do deserto?) ?

It's quite perfectly safe, really. Except when it's not so much...


Reza a lenda (e o Google Maps) que, de fato, existem alguns lagos por aqui (ah sim, a cidade também se chama Salt Lake City, mas o Salt Lake é salgado (obvious, much?) e fedorento). Além do Salt Lake, existem alguns reservatórios de água doce que potencialmente explicam porque um sujeito vai querer comprar um barco por aqui.

Agora, tem duas coisas. 1) Um Hobie-16 não tem nada a ver com um 420 e, 2) o Jacob nunca pisou o pé num barco na vida! Isso explica o Dave ter vindo falar comigo. Aparentemente, o Jacob comprou esse barco no auge do inverno, e só agora o clima tem estado bom o suficiente (nevermind o fato de que choveu aqui nos últimos dez dias, mais ou menos) para o Jacob ir até a ex-casa do cara que vendeu o barco pra ele pra organizar tudo e ver se dava uma velejada. Tendo ouvido do Dave que eu me metia nessa história de barco pra lá e barco pra cá, ele nos convidou para passarmos o fim de semana às voltas com o dito cujo.

Sábado de manhã, então, o Jacob passou aqui em casa, e lá fomos nós até a casa do Aaron (que é o ex-dono do barco). Agora, o Aaron mora (morava, actually) em Sandy, que meio que uma Gravataí, assim. Dá uns minutos de estrada pra chegar lá. E o Jacob dirige um jipe sem portas e sem teto, daqueles que só tem a armação do carro entre o magrão e, bem, os elementos. O jipe é muito tri, mas fazer 60m/h na estrada, de bermuda e camiseta, não foi a melhor idéia que eu já tive, em retrospecto.

Chegando na casa do Aaron, a gente viu que o barco estava, em princípio, em ótimas condições. Só um detalhe: as buchas que fecham os cascos, basicamente para evitar que entre água e que eles afundem que nem pedras, estavam faltando. Pelo menos a gente se deu conta disso antes de botar o bicho na água, então passamos por uma West Marine (pelo jeito eu sou o único que me impressiono com ter vela no meio do nada, porque até West Marine no deserto tem), e compramos um par de buchas novas. Quando chegamos de novo na casa do Aaron, para instalar as buchas, já eram umas 10h30 da manhã.

Bueno, buchas instaladas, o Jacob engatou o barco no reboque, e nos metemos por mais uma hora e tanto de estrada para, milagrosamente, achar o tal do lago onde a gente ia velejar. Mais um tempinho de jipe sem porta, e chegamos no State Park do lado do Deer Creek Reservoir. Na hora de montar o barco (pela primeira vez, mind you), notamos que uma outra peça, mais ou menos importante (sem ela, coisas como o mastro cair e quebrar em dois podem acontecer) tinha decidido que estava muito frio para velejar, e portanto tinha resolvido pular fora do barco no meio do trajeto, provavelmente para matutar sobre a vida na beira da estrada e pegar uma carona para um lugar com menos deserto. Guh-reat. Pra melhorar ainda mais a situação, uma guardinha florestal apareceu perguntando pro Jacob se ele tinha registrado o barco no DMV aqui de Utah (DMV stands for Department of Motor Vehicles, ou seja, aqui barcos têm que ser registrados no DETRAN!). Segundo meu irmão, faz mais sentido do que ser na Guarda Costeira. Porque? Porque Utah não tem costa! Mas bom, claro que o Jacob não tinha registrado o barco. (a essas alturas do campeonato vocês já devem ter visto que a gente não velejou no tal do fim de semana)...

Resignados, com fome e com frio, decidimos mudar o foco do dia para, ao invés de tentar velejar o barco sem saber direito o que que estava funcionando e o que não estava, estacionar o barco na nossa garagem (yay!) e passar o dia churrasqueando, cervejando, trovando, e, se sobrasse tempo, arrumando o Hobie. Passamos numas duas ou três lojas de artigos barquíferos e compramos todas as peças que estavam faltando, ou que estavam erradas, ou que nos desse na telha, e voltamos aqui para casa. Notem que isso já era quase umas 4h da tarde, porque, como eu disse, a gente está no meio do deserto, então o trajeto até o tal do lago milagroso demora umas boas duas horas pra ir e duas pra voltar. A peça que mudou de idéia e decidiu pegar uma carona para um lugar mais tropical já devia estar a meio caminho de Tijuana a essas alturas.

Depois que chegamos aqui, basicamente nós desmontamos todo o barco, e montamos de novo. Velejador é um tipo meio obssessivo compulsivo, então pra mim tudo tinha que estar em seu devido lugarzinho (e foi bom, porque eu já imparted esse vício no Jacob). Agora o barco está arrumado, consertado, limpo e pronto para velejar depois que a burocracia do DMV estiver terminada. Mas a parte mais tri, como eu já falei; o barco tá na minha garagem! Eu olho pra ele todo dia antes de ir pro trabalho, e depois de voltar.

Então, depois desse monte de blá blá blá: eu não fui velejar esse fim de semana, mas considerando todas as circumstâncias, estou mais perto de velejar aqui nos EUA do que nunca!

(Ah sim, a gente provavelmente vai botar o barco na água esse fim de semana. Mas não vai ter tanta graça quanto essa história toda de fazer o bicho ficar pronto. E ah sim também! Eu não faço a mínima idéia de como um Hobie funciona, porque, como o Jacob, eu nunca botei pé em um. What could possibly go wrong? )

Friday, May 22, 2009

Curiosidades

Esses dias eu aprendi o ditado americano equivalente à "Não é filho de vidraceiro" (não, não é you're not the son of the windowmaker, como eu tinha pensado).. Aparentemente a tradução certa é "You're a better door than a window", que é bem engraçado também. Agora a pergunta é: como diabos isso surgiu numa conversa?

Bom, semana passada a gente estava assistindo ao torneio de Ping-Pong que teve no SCI (porque tem uma mesa de Ping-Pong dentro do prédio do SCI, desde Abril), e daí, obviamente, tinha um cara na frente de outro cara, e ninguém quer perder uma vista dessas:

Não, não foi tão tri assim... A gente não joga num terraço

Fora isso, tenho uma noticiazinha pra dar daqui.... *drumroll*
Desde quarta-feira, eu tenho uma data/hora determinada para ressurgir no Brasil (assim mesmo, eu vou sair das águas e aparecer no meio da cidade).. Enquanto isso não acontece, tem um vôo que eu vou pegar, que chega em Porto Alegre dia 30 de Julho, perto das 23h3o (eu não sei a hora exata, o que eu sei é que o vôo sai de Guarulhos às 22h10, então façam as contas).. O número do vôo, por sinal, é JJ3295..

Enfim, agora já dá para oficializar uma contagem regressiva: 69 dias!

Peace out!

Thursday, April 30, 2009

"WHO: Oops, did we say 152 swine flu deaths so far? Sorry, we meant 7" - Fark

I rest my case.

Tuesday, April 21, 2009

Math Nazi

" Se, por outro lado, me bate a saudade e eu quero pensar que falta pouco para eu voltar, tambem eh facil; eu soh preciso me dar conta que a partir de hoje, cada dia que passa faz com que a diferenca entre o tempo que eu jah tive aqui e o tempo que falta aumenta por *dois* dias! All in all, um dia bem conveniente.. " - Jan '09

Pff, patético. Acabei de me dar conta que isso sempre foi verdade, e não só depois que passou metade do meu tempo aqui. Malditas coisas lineares.

Ah. São duas da manhã aqui, então talvez isso não faz sentido.

Wednesday, April 15, 2009

v2.1 beta release


Enfim. Campeão aqui conseguiu perder uma lente de contato na pia do banheiro. E logo agora que eu estava usando elas toda hora. Anyway, no harm done. Primeira ordem do dia: http://www.lens.com/, encomendar lentes online! A única coisa que eu previsava era a receita para as minhas lentes, para encomendar um par novo com os parâmetros certos. Mas é claro que eu não tenho a minha receita aqui. Well played, Murphy.

Então eu resolvi ir num optometrista e fazer uma receita nova, vá que minha miopia aumentou, ou algo parecido. A parte engraçada é que aqui nos EUA existem consultórios dentro da Sears! Ou seja, é mais ou menos como entrar numa Renner da vida, e no canto da loja, ao invés do provador, tem um consultório (cue referência ao Snow Crash). Mas, sem problema, liguei para lá, e expliquei a situação, (eu precisava de uma prescription nova, não uma recipe, como a mulher no telefone me lembrou depois de uma boa dose de confusão.. ). Ok, pois. Dois dias depois eu fui lá, expliquei pro doutor a situação toda, porque eu tinha perdido uma lente, porque eu não tinha a minha receita aqui comigo, etc. etc. etc. Uma consulta mais tarde, and the doc. says "I don't want to say anything bad about how it works in Brazil, but...", explicando pra mim que existem lentes macias que também corrigem astigmatismo (eu usava as rígidas especificamente por causa disso). Well doc., com um comentário desses nem precisa dizer nada, né? Mas enfim :) No final das contas, ele me receitou um par de lentes de silicone novo, e eu já saí da Sears usando elas. Cool cool cool. Realmente são bem mais confortáveis, e, pasmem, eu enxergo melhor do que eu enxergava com as antigas.

Fora o update dos meus bizolhos, tudo tranquilo por aqui. Fiquei sabendo que o vô e a vó estão de muda em Porto Alegre. Opa! Vai ser demais quando eu voltar e me encontrar com eles de novo \o/ Aliás, acho que está na hora de eu começar a pensar a planejar a minha volta, não?

Peace out!

Saturday, March 07, 2009

Burn to the wick

História do dia: A casa do outro lado da rua de onde eu moro pegou fogo. E não foi pegar fogo do tipo de fazer sair fumacinha pela janela. Oh, no. It was something else altogether:

We don't need no water, let the motherfucker burn!

A nossa casa fica numa esquina, da 1300E com a Harvard Ave. (40.744N, 111.854W). ("avenues" aqui são ruas residenciais estreitas, mais ou menos como uma Bagé da vida). Do outro lado da Harvard Ave. tem um terreno onde não tem nada construído porque o terreno é um barranquinho com um riacho no fundo, então só tem mato. Do outro lado da 13th tem essa casa (ou melhor, tinha) imensa, que pela fachada que a gente enxerga parecia meio feia, mas era super luxuosa.

Ontem eu voltei para casa perto das 8h da noite, a pé, pela 13th, e quando eu cheguei em casa tudo estava sob controle (porque eu não vi nenhuma bola de fogo gigante saindo da dita residência). Uns cinco minutos depois o John chegou em casa também a gente foi para a cozinha preparar a janta. A janela da cozinha dá para a Harvard, mas dá para enxergar um pouco da 13 (porque a casa é bem na esquina). Enquanto a nossa janta estava em construção, a gente começou a ouvir uma sirene de bombeiros descendo a 13th. Eu olhei pela janela e vi um ladder-truck passando, e pensei "bom, alguma coisa está acontecendo". O detalhe é que o tal do ladder-truck foi freando cada vez que chegava mais perto da esquina! "Hey, John, it looks like... it's slowing down.. ?" Dai eu estiquei o pescoço na janela para olhar onde o caminhão estava indo, e, "Holy SHIT! Dude, check this out! Hoooly shiit!!". Pela janela dava para ver só uma bola de fogo gigante englobando a tal da casa do outro lado da rua inteira. Imaginem mais ou menos a foto ali de cima, mas consideravelmente pior, porque eu demorei uns minutos para me tocar de pegar a câmera e ir tirar fotos, e a essas alturas o telhado já tinha quase todo queimado.

Depois disso a gente correu para a porta da frente da nossa casa (que dá para a 13th), e dava para sentir a radiação do calor vindo do outro lado da rua mesmo da nossa sala de estar! Na rua tinha um monte de gente assistindo ao espetáculo, e os bombeiros tinham acabado de chegar. A primeira coisa que eles fizeram, depois de montar todos os apetrechos e pressurizar todas as bombas foi encharcar o telhado da casa vizinha à que estava em chamas, obviamente para evitar que as fagulhas pulassem de um incêndio para outro. A 13th ficou bloqueada por policiais uns 100m para cima e uns 100m para baixo da nossa casa, e eles desviaram todo o tráfego para outras ruas. Pelas 9h da noite os bombeiros começaram a realmente apagar o fogo (a essas alturas as chamas já tinham diminuído, porque não tinha mais telhado para queimar), e eles ficaram encharcando o que sobrou da casa até umas 10h30. Nesse meio tempo tinham umas 20 pessoas no jardim da nossa casa assistindo a tudo isso, e batendo papo. Aparentemente quando a casa dos outros pega fogo é motivo para fazer social.

Depois que o incêndio principal aliviou, os bombeiros começaram a arrumar as coisas para ir embora, mas aparentemente eles não se deram conta que ainda tinha chamas dentro da casa.. A gente tentou avisar eles, mas eles não nos deram ouvidos. Perto das 11h eles finalmente se deram conta que o serviço não estava acabado (porque agora todo o andar de baixo da casa estava em chamas), e remontaram toda a parafernalha de bombas e mangueiras e tal. Nesse meio tempo um  dos bombeiros, que foi super gente fina, veio conversar com a gente para pegar relatos do que que poderia ter acontecido. No final das contas a gente ficou conversando sobre simulação de incêndio (porque o Mike, um amigo nosso que estava aqui também, trabalha com isso no SCI), e ele acabou pegando cópias das fotos que eu tirei para usar na investigação (sim, bombeiros aqui carregam um memory stick "from the department").

Depois disso as chamas morreram, e a casa agora de manhã está cercada de "Police Line - DO NOT CROSS". Fora o fato de que não tem mais telhado, a fachada da casa até que está em boas condições, não sei como.

Agora, a história dessa casa é ainda mais cabeluda do que só um incêndio. A casa sempre parecia meio abandonada, e de vez em quando paravam uns carros suspeitos na frente, as pessoas ficavam dentro da casa por uma meia hora, e iam embora. A nossa teoria é que a casa era ou um Crystal Meth lab ou um bordel. Além disso, essa não foi a primeira vez que a casa pegou fogo. Segundo o Dave, há um ano mais ou menos eles viram fumaça no andar de cima, e reportaram. O dono falou que tinha sido um "electrical fire". E também, para completar, entre esse primeiro incêndio e ontem, a casa foi broken into. Uma outra hipótese que a gente tinha era que tudo isso era esquema para arrecadar a grana do seguro.

Anyway, como a casa ainda estava sendo remodelada depois do incêndio ano passado, não tinha ninguém dentro, então ninguém se machucou. Mas foi bem espetacular, regardless. Fotos no Flickr